- E por acaso você sabe dançar?
- Eu me viro.
- Porque eu não quero ninguém pisando no meu pé.
- Eu não vou pisar no seu pé.
- E como eu vou saber?
- Vamos fazer assim. Se eu pisar no seu pé eu te dou um beijo. Mas eu não pisar no seu pé, então você me dá um beijo.
- Não acho um acordo muito justo.
- Por que não? Você sai ganhando de qualquer jeito.
- Eu saio ganhando?
- Sim. Eu sei que você está louca para me beijar.
- E porque eu iria querer beijar justo você com tantos outros homens no mundo?
- Porque eu não sou nenhum desses outros homens no mundo.
- E quem é você?
- Eu sou o homem que te pediu para dançar.
- Muitos me pediram para dançar.
- Mas para mim você disse sim.
- Eu não disse sim.
- Se não disse vai dizer. E sabe por quê?
- Por que?
- Porque eu sou o seu homem.
- Meu homem? É impressão minha ou isso é um pedido de casamento tímido?
- Eu não pedi para você ser minha mulher. Eu só disse que eu já sou o seu homem.
- Essa foi rápida.
- Não foi rápida. Levou o mesmo tempo desse dialogo. Só não sei se foi um segundo ou uma eternidade. É difícil perceber o tempo passando quando se beija alguém.
- E quem você beijou?
- Você.
- Você me deu um beijo?
- É claro que eu te dei. Eu pisei no seu pé.
- Você pisou no meu pé? Quando?
- Enquanto nós dançávamos.
- Mas nós ainda não dançamos.
- Ainda não? Quer dizer que você aceita meu convite?
- Não. Você vai pisar no meu pé.
- Mas não vai doer. Eu prometo. Vou pisar de leve.
- E por que você vai pisar no pé?
- Primeiro para te dar aquele beijo que você gostou...
- Quê!?
- ... e segundo porque eu sou um péssimo dançarino.
- Se você não sabe dançar por que me convidou?
- Para te dar aquele beijo.
- Aquele beijo que você me deu?
- Não. Aquele que eu ainda vou te dar.
- Quando?
- Quando eu pisar no seu pé.
- Mas você não vai pisar no meu pé.
- Então você tem que me dar um beijo.
- Eu já te dei um beijo.
- Quando?
- Enquanto nós dançávamos.
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