quarta-feira, 14 de julho de 2010

Aniversário da primogênita

Há uns dias atrás foi aniversario de minha irmã mais velha. Como de costume fomos jantar a família inteira e mais alguns amigos. Assunto do dia: morte e quanto tempo temos até que ela nos alcance.

Meu pai dizia, como sempre, que seus dias estavam contados. Por isso nós, filhas, deveríamos aproveitar sua companhia ao máximo e casarmos o mais rápido possível se quisermos que nosso pai nos acompanhe no altar. Eu o informei que me casarei pelada em uma praia naturalista – acho que ele não me acompanharia nem morto, quem dirá vivo.

Papo vai papo vem, a aniversariante se irritou com o assunto. Afinal aniversario é vida e mudamos o tópico, começamos a falar de vida (após a morte). O que acontece, o que não acontece, Allan Kardec e etc. Neste momento apareceu o assunto vampiros, porque é moda, não porque interessa. Digo já que eu seqüestrei o Edward no dia dos namorados, mas mantenho o cativeiro na casa da minha prima, ele está seguro, mas não come nada, tadinho. A aniversariante disse que prefere lobisomem, outros preferem o saci pererê, há gostos pelo boto cor-de-rosa, eu só não topo o curupira.

Acabou a noite, ou melhor, acabou o jantar. Encerramos com recomendações para tomar cuidado, para que ninguém acabe no caixão.

Sempre morte. Lembrei-me que eu passei o meu aniversario de 19 anos fazendo um tour por um cemitério. Acho que é mal de família.

Um comentário:

  1. Dê, adoro seu jeito de escrever...

    Não dá pra "seguir" seu blog não?

    Bjos, saudades!

    Lib-lib

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